Biomassa de banana verde

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Hoje trago uma reportagem publicada no site da Folha de São Paulo, sobre macarrão à base de biomassa de banana verde. Como é um alimento que gosto muito e indico para muitos dos meus pacientes, vou falar um pouco sobre ele.

A banana é uma fruta rica em nutrientes como, fósforo, ferro, potássio, vitamina A, C, D, E, B1 e B2. A biomassa de banana verde, além de conter todos esses nutrientes, apresenta o amido resistente. Seu benefício é similar ao da fibra alimentar, pois não é digerido e absorvido no intestino delgado, sendo utilizado como fonte de energia para a produção das bactérias benéficas do nosso intestino, mantendo assim a integridade da mucosa intestinal, que é responsável pela consistência ideal das fezes (evitar a constipação intestinal e diarréia), manutenção do nosso sistema imunológico, absorção adequada dos nutrientes, impedimento da entrada de substâncias maléficas, entre outras funções.

Por ser um alimento de baixo índice glicêmico, ou seja, sua digestão e absorção são mais lentas, ele ajuda a manter os níveis de glicose no sangue controlados, contribuindo assim para a prevenção do desenvolvimento de diabetes e do acúmulo de gordura corporal, além de auxiliar na redução do colesterol, prevenção do desenvolvimento de doenças cardíacas e câncer de intestino.

A biomassa pode ser feita em casa ou comprada pronta. Adiciona-se em sucos, vitaminas e receitas como pão e bolo (substituindo parte da farinha), geléia e sopa.

Macarrão de banana verde é aprovado em teste de gosto

(Reportagem extraída do site: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1112663-sem-gluten-macarrao-de-banana-verde-e-aprovado-em-teste-de-gosto.shtml

Pesquisadores da Universidade de Brasília desenvolveram uma receita de macarrão feita com farinha de banana verde, sem glúten, que foi mais aceita do que a massa de trigo integral. O teste foi feito com 75 pessoas, com e sem intolerância ao glúten.

A pesquisa foi publicada no “Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics”.

Cerca de 1% da população é sensível ao glúten, proteína presente na farinha de trigo e seus derivados, como pão e macarrão, além de aveia, malte, centeio e cevada –incluindo cerveja. No organismo de quem é sensível, a substância pode provocar reações, entre elas diarreia, flatulência e fadiga. Por isso é fundamental que essas pessoas não consumam alimentos com a substância.

As alternativas sem glúten que existem no mercado são massas feitas com arroz, milho ou quinoa. “O problema dessas massas é que, depois de cozidas, não ficam parecidas com o macarrão de trigo”, disse a nutricionista Cynthia Kupper, diretora da organização internacional Gluten Intolerance Group, que não participou da pesquisa, à agência de notícias Reuters.

“O primeiro diferencial em usar a banana verde é o custo. A farinha de banana é pode ser feita a partir de ‘subprodutos’. Grande parte da produção de banana é descartada ainda verde”, diz Renata Puppin Zandonadi, nutricionista e pesquisadora da UnB, autora principal do trabalho.

Além de farinha de banana verde, a massa testada levava claras e gomas xantana e guar.

A outra massa foi feita com farinha de trigo integral e ovos inteiros. “Resolvemos comparar com o macarrão integral pelo fato de a farinha de banana verde apresentar uma coloração um pouco mais escura, o que torna a massa com aspecto de integral”, explica Renata.

Cinquenta voluntários sem intolerância ao glúten provaram as duas receitas e 25 pessoas com intolerância experimentaram a massa de banana. “O macarrão foi aprovado pelos dois grupos. Entre os portadores de doença celíaca, houve uma aceitação geral de 90% em relação à qualidade do produto”, afirma.

A aceitação foi menor entre os não celíacos –cerca de 60% deram uma boa avaliação. Mas “a massa modificada [de banana] foi melhor aceita que a massa padrão em características como aroma, sabor, textura e qualidade global, o que indica que esse produto pode ser comercializado, tanto para celíacos quanto para não celíacos”, escreveram os autores no artigo.

O macarrão de banana tem 98 calorias em 100 gramas e 98% menos gordura do que o integral (350 calorias em 100 gramas). Além disso, tem maior quantidade de amido resistente, substância que ajuda a dar saciedade, segundo a pesquisadora. A receita foi patenteada pela Universidade.